domingo, 9 de junho de 2013



                 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 

 


Melhor Gestão Melhor Ensino

Formação de Professores de Língua Portuguesa - turma 145 - 2013

Encontro Presencial

Situação de aprendizagem  construída e desenvolvida a partir do texto "Avestruz" seguindo os preceitos dos textos "Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma experiência suiça(francófona), de Joaquim Dolz & Bernardo Schneuwly, e"Letramento e capacidades de leitura para a cidadania", de Roxane Rojo, elaborada no encontro presencial deste curso "Melhor Gestão Melhor Ensino - Curso de formação continuada em Língua Portuguesa". Turma 145 - 2013.
Grupo dois (2).
Componentes:  Sonia Regina (eu), Regina S. Azevedo,  Péricles, Rosângela, Ruth e Tânia.


Nº 1


                                                      
                                                    
                        
                                Avestruz 
* Por Mário Prata 

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que ser assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quando pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para aos pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio Camelus Australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa, não tem, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de 10 a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto numa psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.    



                                                                                                                                                                                                                                                                                       
Crônica publicada na revista Época em 17 de julho de 2004.
• Escritor, dramaturgo e jornalista                              Extraído:
 
O Escrevinhador  

                                   Atividades propostas para o 9º ano:
  • Antes da leitura, checar o que o aluno sabe a respeito da ave Avestruz;
  • Elaborar questionário (múltipla escolha, dissertativa, cruzadinha, etc.);
  • Atividades diversas: 
  • Reescrita do texto;
  • Criar poema a partir do texto;
  • Elaborar uma narrativa de aventura; 
  • Modificar o final da história, dando um novo título;
  • Modificar a história, substituindo o avestruz por outro animal que não tenha perfil doméstico;
  • Criar uma notícia sensacionalista;
  • Construir uma HQ (criar diálogos, desenhos de acordo com a sequência da história);
  • Atividade de análise linguística: 
  • Localizar no texto palavras que nomeiem objetos, animais, coisas, sentimentos e que indiquem ações (verbos);
  • Atividade Interdisciplinar (Português, Ciências e Geografia): 
  • Pesquisar sobre a vida e o habitat das avestruzes:
    • Regiões onde vivem;
    • Clima adequado à sobrevivência desses animais;
    • Média de vida,
    • Alimentação;
    • Tamanho;
    • Peso;
    • Procriação.
  • Questionário produzido pelo professor, passível de debate. Exemplo: Por que a ave impressionou o garoto a ponto de querer levá-la para casa?
  • Comente sobre valores éticos e políticos da palavra “deus” com letra minúscula.

Nª 2

                                   

                                      


                                        “Som Bruto”


 Atividades propostas para o 9º ano:

1.    Antes da leitura do texto, perguntar: 
a. Quais seriam os “Sons Brutos" para você? 
b. Escreva no máximo um parágrafo, exemplificando (conceituar onomatopeias);
2.    Sondagens/inferências: estrutura textual (gênero e tema) através do título “Som Bruto”.


                               




O som do facão cortando o mato me faz parar de fazer o que me prendia a atenção. A memória atravessou o tempo mais rapidamente que qualquer coisa. De repente, veio à mente a imagem dos braços fortes de meu pai limpando o quintal de casa. Ele, que sempre passou a imagem de firmeza moral, enfrentava folhas e galhos com vontade, como se fosse um tipo de desabafo diante da frustração de um mundo inadequado.
O barulho de hoje de manhã veio do vizinho, um senhor de mais de 70 anos. Na conversa que tivemos logo em seguida, conheci um pouco da sua história. Filho temporão, de jovem mãe negra e pai branco já idoso. Meu vizinho cortava o mato como se fosse uma missão. A missão de evitar esconderijos para insetos perigosos. Zelo de proteção.
Minha memória entende a lição. A firmeza da vida é, por vezes, um peso grande demais quando precisamos manejar com cuidado o que amamos. Carecemos de sabedoria para usá-la. Mas inevitavelmente o mato cresce, e nos cabe usar da firmeza para limpar o que a imperfeição sujou. Mesmo que o som seja bruto.

Postado por Lissander Dias Internet

(ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/tag/cronicas-do-cotidiano/)















A partir da leitura do texto:
1.    Registro da parte que mais lhe chamou a atenção. Justificar a escolha;
2.    Reescrita do texto em 3ª pessoa do singular;
3.    Conceituar / revisar metáfora e pedir a Produção Escrita de uma frase “de efeito” que expresse o assunto;
4.    Pesquisa sobre quaisquer gêneros textuais que tenham como tema: sons e barulhos (audiovisuais, internet, sala de leitura, etc.);
5.    Ampliação do texto: acrescentar frases próprias, obedecendo ao enredo (máximo três);
6.    Exibição do filme: a) – Wall.e     e/ou  b) – O som do trovão;
7.    Resenha a respeito do filme assistido, registrando uma análise paralela com o texto “Som Bruto” (intertextualidade);
8.    Definição da palavra “Firmeza” sobre o ponto de vista ético e político (consulta ao dicionário) e qual a função da mesma no texto.

Componentes: Sonia Regina, Regina S.Azevedo, Péricles, Rosangela, Ruth e Tânia)












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